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O Padtech, núcleo de tecnologia do Programa de Assistência Dermatológica e Cirúrgica da UFES (PAD-UFES), recebeu a equipe representante do Einstein Hospital Israelita durante uma viagem de atendimentos a Domingos Martins. Esta foi a primeira visita presencial do Einstein ao projeto, marcando um avanço significativo na consolidação da parceria voltada ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras para o Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito do Proadi-SUS, do Ministério da Saúde, por meio do projeto Banco de Imagens. A colaboração une a capacidade de inovação tecnológica do Padtech à excelência clínica, metodológica e regulatória do Einstein, com o objetivo de criar soluções digitais que ampliem o acesso ao diagnóstico dermatológico e fortaleçam a saúde pública brasileira.

Segundo a coordenadora da área de analytics do projeto Banco de Imagens, Joselisa Paiva, a experiência presencial foi determinante para compreender a dimensão real do trabalho desenvolvido pelo PAD-UFES. “A visita foi extremamente positiva, marcante e inspiradora. Embora já existisse um diálogo prévio, nossa presença no mutirão permitiu entender de forma muito mais profunda a operação, a qualidade e o impacto desse trabalho ao longo dos anos. Foi possível observar de perto a seriedade, a organização, o cuidado humanizado e o compromisso comunitário que caracterizam o PAD-UFES”, destacou.

Entre os pontos de maior destaque está o Software de Análise Dermatológica (SADE). A integração do sistema ao fluxo clínico e cirúrgico impressionou pela padronização das imagens, rigor no tratamento de metadados, rastreabilidade dos atendimentos e consistência na documentação das etapas assistenciais. A robustez demonstra que o Padtech reúne as condições necessárias para colaborações que envolvem ciência de dados, curadoria, pesquisa aplicada e validação tecnológica.

O Prof. Dr. André Pacheco, coordenador do Padtech, enfatizou a importância dessa aproximação. “Essa parceria é especificamente com o Padtech, onde colaboramos no desenvolvimento de algoritmos para auxiliar na detecção e triagem de câncer de pele e outras lesões. A visita do Einstein ao PAD pela primeira vez foi fundamental para estreitar os laços, além de viabilizar futuras parcerias ainda mais robustas”, afirmou.

A convergência entre Padtech e Einstein se sustenta em um propósito comum: fortalecer o SUS por meio da inovação tecnológica e ampliar o diagnóstico precoce de câncer de pele. O trabalho conjunto busca construir um repositório nacional robusto de imagens clínicas e dermatoscópicas coletadas em ambiente real de Atenção Primária, além de desenvolver ferramentas de Inteligência Artificial capazes de auxiliar profissionais de saúde na triagem de lesões suspeitas. Os impactos para o SUS são imediatos: redução de filas, diminuição do intervalo entre o surgimento da lesão e a avaliação especializada e aumento das chances de diagnóstico precoce. O Einstein contribui com expertise em validação clínica no mundo real, governança, ética e processos regulatórios, etapas fundamentais para o futuro registro das tecnologias na ANVISA.

“A principal perspectiva é seguir ampliando e qualificando a base de dados nacional, com imagens clínicas e dermatoscópicas curadas e coletadas em cenários reais do SUS. A visita consolidou o PAD-UFES como um dos centros participantes do estudo Triaderm, o que é especialmente relevante porque o PAD atende uma população majoritariamente descendente da região da Pomerânia, com fototipos mais claros e maior exposição solar ocupacional. Isso se traduz em maior incidência de melanoma e carcinoma espinocelular, elevando a frequência de imagens desses diagnósticos e fortalecendo o treinamento de modelos voltados à detecção de lesões malignas”, reforçou Joselisa.

As perspectivas de expansão incluem a continuidade da coleta qualificada de imagens em campo, a validação das ferramentas junto a agentes comunitários de saúde e equipes da Estratégia Saúde da Família e o avanço para etapas regulatórias após a comprovação de segurança e eficácia. Esses passos permitirão que as tecnologias desenvolvidas sejam futuramente incorporadas ao SUS.

Em síntese, a parceria avança sobre os pilares que geram impacto para o país: dados curados, volumetria relevante, evidência histopatológica, validação em campo, integração com a Atenção Primária e produção científica conjunta. Trata-se de um movimento que combina ciência, tecnologia e compromisso social, com foco no fortalecimento contínuo do Sistema Único de Saúde.